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sábado, 24 de julho de 2010

E aí meu amigo, cadê você?

Onde ficaram todas as noites que passamos em claro? Claro que foram inúteis. Olhos e ouvidos que não viram nem ouviram toda a nossa conversa. Ela era sempre guiada por mente que não tinham nada demais a dizer. Lá fora, o tempo não colaborava. Queríamos fazer músicas que falassem de toda a hipocrisia que nos rodeava. Eu tentei te convencer várias vezes que não valia a pena sacrificar a carne em nome da fama. Você argumentava que tinha um ideal pra passar. Eu dizia que isso nada adiantava. Eu tentei lutar contra a tua prisão. Se éramos proibidos de pensar pelo mundo lá de fora, deveríamos ter continuado pensando somente entre nós, como fazíamos naquelas noites que já não existem. Você não me ouviu, falo que o que importava era lutar pela liberdade. Você foi a luta enquanto eu segui cantando o que as rádios me deixavam cantar. Eu segui sozinho, pensava nas mesmas coisas de antes, mas você estava na rua, abaixo de chuva lutando pelos demais, por aqueles que não calaram o seu nome. E agora meu amigo, tantos anos depois percebo que eu tinha a razão, pois você lutou e as coisas não mudaram. Você deixou que te matassem. Você mesmo se matou.
Hoje moro num país que é controlado pela esperança de algo melhor. Se ainda existe alguém que luta, esses são poucos, raros. Eu tinha razão. A coisa só mudou de nome.
Democracia!
Escolher ainda é ilusão.

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